Recentemente, nos deparamos com uma falha preocupante conhecida como BlueBorne, que afetou o Bluetooth, uma tecnologia presente em uma variedade de dispositivos, como celulares, relógios inteligentes, televisões e sistemas de som automotivos. Essa falha ocorre devido a um erro na implementação do protocolo Bluetooth e requer apenas que o dispositivo esteja com o Bluetooth ativado para que a vulnerabilidade seja explorada. O que torna essa falha particularmente perigosa é o fato de ela se propagar pelo ar, sendo altamente contagiosa e abrindo caminho para ataques em massa. É importante ressaltar que muitos robôs também utilizam o protocolo Bluetooth para comunicação, o que significa que essas vulnerabilidades podem permitir que hackers acessem e comprometam robôs por meio desse protocolo.
Um caso que ilustra claramente a possibilidade de ataques a robôs é o incidente envolvendo um veículo da Tesla. Pesquisadores chineses foram capazes de acessar remotamente não apenas o sistema de travas do carro, mas também os freios e todos os sensores responsáveis pelo funcionamento dos retrovisores, capô e porta-malas. Isso significa que danos significativos podem ser causados, colocando em risco a vida das pessoas.
Ao analisarmos essas falhas, fica evidente o potencial de destruição que elas representam e por que é crucial se preocupar com as técnicas de invasão a robôs. Embora os ataques a webcams possam não ser tão aparentes, os ataques a veículos demonstram de forma realista que existem problemas de segurança e que os robôs podem, sim, ser hackeados.
Devido à facilidade com que podemos estar imersos no mundo do hacking sem sequer perceber, é essencial estarmos preparados para novas falhas e invasões, tendo o cuidado de não nos tornarmos as próximas vítimas. Para isso, é preciso adotar várias precauções para garantir nossa proteção. Em primeiro lugar, devemos reconhecer que qualquer dispositivo eletromecânico, seja um robô, drone, humanoide, smartphone, smart TV, webcam, geladeira, cafeteira ou qualquer outro dispositivo que possua um computador integrado e, especialmente, uma forma de conexão com a internet, está suscetível a ataques e pode ser hackeado. Em segundo lugar, é crucial evitar conectar esses dispositivos a qualquer rede disponível. As redes ou conexões podem estar comprometidas, representando um risco significativo para os usuários. Em terceiro lugar, é fundamental estar ciente da importância de atualizar regularmente os softwares instalados nesses dispositivos, a fim de corrigir possíveis falhas de segurança.
Devemos sempre lembrar que as senhas utilizadas nesses dispositivos devem ser memorizadas e devem ser complexas, com uma combinação de números, letras e símbolos, de forma a dificultar a identificação por terceiros e evitar acessos não autorizados (como o sequestro de drones ou carros por usuários não autorizados).
Além disso, é fundamental utilizar criptografia, pois ela é uma das maneiras de garantir a confidencialidade e a integridade das informações trocadas entre esses dispositivos, bem como permitir que apenas usuários autorizados se autentiquem e façam uso dos dispositivos e suas funcionalidades.
Portanto, diante de tantas vulnerabilidades recentes, fica evidente que o hacking estará cada vez mais presente na robótica a cada ano que passa, o que torna ainda mais importante a preocupação tanto por parte dos desenvolvedores quanto dos usuários. Considerando que a robótica é o futuro, a segurança nesse campo se torna um pilar essencial a ser fortalecido.